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Greve do IBGE atrasa pesquisa no país

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Por causa da greve do IBGE, a pesquisa mensal de emprego do IBGE ficou comprometida e não será divulgada a média das seis regiões metropolitanas pesquisadas porque faltaram dados de Salvador e Porto Alegre.

Faltou, segundo o IBGE, tempo hábil para fazer a crítica e a análise dos dados, que foram coletados em campo.

O IBGE projeta divulgar em breve, em data ainda não divulgada, os dados das duas regiões e a média das seis áreas.

O mesmo problema ocorreu em meados de 2012, também por conta da paralisação dos servidores.

Regiões

Em São Paulo, a taxa de desemprego ficou em 5,1% em maio –numa patamar próximo do que havia sido em abril (5,2%). Em São Paulo, a renda caiu 0,2% de abril para maio. Na comparação com maio de 2013, houve alta de 1,7%.

Em Recife e Belo Horizonte as taxas de desemprego subiram de abril para maio e ficaram em 7,2% e 3,8%, respectivamente. Em abril, os percentuais haviam sido de 6,3% e 3,6%, nessa ordem. Já no Rio de Janeiro, houve um ligeiro recuo –de 3,5% em abril para 3,4% em maio.

Em abril, a taxa média das seis regiões havia sido de 4,9%, o menor patamar para o mês desde o início de série histórica, iniciada em 2002. Para abril, especialistas esperavam uma taxa em torno de 5%.

Segundo analistas, a taxa de desemprego tem se mantido baixa nos primeiros meses de 2013 por causa da reduzida procura por trabalho e da ausência de dispensa de trabalhadores, fato comum para o período. Sazonalmente, há redução de vagas no início do ano.

A Copa do Mundo também teve seu impacto especialmente no ramo de turismo e hotelaria, que já começaram a contratar temporários em maio. Na construção civil, porém, já há registro de dispensas, com a conclusão das arenas.

O baixo nível do desemprego contrasta com um cenário de juros maiores, consumo em desaceleração, crédito escasso e menor confiança de empresários, que desemboca em um PIB fraco.

Um das hipóteses apontadas por analistas é que uma parcela da população formada especialmente por jovens e mulheres deixou de procurar trabalho em busca de oportunidades melhores ou para estudar. A situação se deu graças ao ganho de renda das famílias nos últimos anos.

Nacional

A taxa de desemprego em nível nacional, medida por uma nova pesquisa do IBGE feita a cada três meses –a Pnad Contínua–, ficou em 7,1% no primeiro trimestre deste ano. O resultado para aquele período ficou acima dos 6,2% registrados nos três últimos meses de 2013.

De janeiro a março de 2013, o percentual havia sido maior: 8%.

A Pnad Contínua é primeira pesquisa do IBGE sobre mercado de trabalho em todo o país.

O IBGE diz que as duas pesquisas –a Pnad e a Pesquisa Mensal de Emprego– não são comparáveis, pois a Pnad tem uma abrangência maior e um questionário diferente.

Poucos são os analistas que preveem os dados da Pnad Contínua.

Entre os que fazem previsão, há expectativa de que haja uma aceleração da taxa neste ano, chegando a 8% na média de 2014 diante da menor oferta de trabalho e de uma retomada da procura por emprego, com o cenário de desaceleração da economia -revelado pelos dados do PIB do primeiro trimestre, que apontou um crescimento de 0,2% frente aos três últimos meses de 2013.

O IBGE não disponibilizou ainda os resultados do rendimento do trabalhador. A informação só será apresentada em 2015.

Greve

A única reivindicação dos servidores do IBGE que foi aceita é a equiparação salarial a outras carreiras, como as do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do Banco Central.

A proposta esbarra, porém, no Ministério do Planejamento, que afirma não aceitar mudanças de salário ou reajustes enquanto o acordo com a categoria, fechado em 2012, estiver válido. Esse acordo prevê um aumento de 15%, parcelado em três anos.

Só em 2015, diz a pasta, existe a possibilidade de uma nova negociação.

Sindicalistas e a direção do IBGE discordam em outros pontos. Dentre eles, destacam-se a proposta de equiparação salarial de terceirizados e empregados próprios do instituto, a autonomia técnica (que a diretoria diz existir, mas a categoria contesta) e a chamada “gestão participativa” do órgão.

Para Ana Magni, diretora da Assibge (sindicato nacional dos servidores do órgão), falta “alternância” e “participação” do quadro de funcionários na escolha de servidores para funções comissionadas, como as de coordenadores de áreas do IBGE e chefes das representações estaduais. “Existem pessoas que mantêm seus cargos há 30 anos. Existe algo errado.”

O IBGE, por sua vez, diz defender o preenchimento dos cargos por meio de “processo seletivo baseado no mérito”.

Magni também não vê empenho da direção na realização de concursos para repor trabalhadores que se aposentam. Diz que em 2007 o órgão tinha 7.000 servidores próprios. O número caiu para 5.700 neste ano.

O IBGE afirma que ingressaram neste ano 660 novos funcionários e foram solicitados ao ministério concursos para 1.044 vagas de nível médio e 520 de formação superior.

Sobre a equiparação entre concursados e trabalhadores temporários (usados na coleta de dados das pesquisas), o IBGE diz que “todos os benefícios previstos em lei” são garantidos aos terceirizados, mas que “uma equiparação salarial com os servidores efetivos de nível médio não é possível, visto que estes últimos têm atribuições e responsabilidades bem mais amplas.”

Salários

No nível médio, o salário-base do instituto é R$ 3.160. O sindicato afirma que, no Ipea, a remuneração no mesmo nível é 69% maior, considerando salário-base inicial, sem gratificações por qualificação ou tempo de serviço.

Já nos cargos de nível superior, o salário-base é R$ 4.145,23, e o sindicato calcula que, no Ipea, a remuneração seja 69% superior. Nessa categoria, o salário pode chegar a R$ 8.949,03 (doutorado), sem contar adicionais por tempo de serviço e cargos comissionados.

De novembro de 2012, quando o Congresso aprovou o acordo com 24 categorias (inclusive o IBGE) para o reajuste de 15,8% parcelado em três anos, até maio deste ano o reajuste foi de 10,1%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Por causa da greve do IBGE, a pesquisa mensal de emprego do IBGE ficou comprometida e não será divulgada a média das seis regiões metropolitanas pesquisadas porque faltaram dados de Salvador e Porto Alegre.

Faltou, segundo o IBGE, tempo hábil para fazer a crítica e a análise dos dados, que foram coletados em campo.

O IBGE projeta divulgar em breve, em data ainda não divulgada, os dados das duas regiões e a média das seis áreas.

O mesmo problema ocorreu em meados de 2012, também por conta da paralisação dos servidores.

Regiões

Em São Paulo, a taxa de desemprego ficou em 5,1% em maio –numa patamar próximo do que havia sido em abril (5,2%). Em São Paulo, a renda caiu 0,2% de abril para maio. Na comparação com maio de 2013, houve alta de 1,7%.

Em Recife e Belo Horizonte as taxas de desemprego subiram de abril para maio e ficaram em 7,2% e 3,8%, respectivamente. Em abril, os percentuais haviam sido de 6,3% e 3,6%, nessa ordem. Já no Rio de Janeiro, houve um ligeiro recuo –de 3,5% em abril para 3,4% em maio.

Em abril, a taxa média das seis regiões havia sido de 4,9%, o menor patamar para o mês desde o início de série histórica, iniciada em 2002. Para abril, especialistas esperavam uma taxa em torno de 5%.

Segundo analistas, a taxa de desemprego tem se mantido baixa nos primeiros meses de 2013 por causa da reduzida procura por trabalho e da ausência de dispensa de trabalhadores, fato comum para o período. Sazonalmente, há redução de vagas no início do ano.

A Copa do Mundo também teve seu impacto especialmente no ramo de turismo e hotelaria, que já começaram a contratar temporários em maio. Na construção civil, porém, já há registro de dispensas, com a conclusão das arenas.

O baixo nível do desemprego contrasta com um cenário de juros maiores, consumo em desaceleração, crédito escasso e menor confiança de empresários, que desemboca em um PIB fraco.

Um das hipóteses apontadas por analistas é que uma parcela da população formada especialmente por jovens e mulheres deixou de procurar trabalho em busca de oportunidades melhores ou para estudar. A situação se deu graças ao ganho de renda das famílias nos últimos anos.

Nacional

A taxa de desemprego em nível nacional, medida por uma nova pesquisa do IBGE feita a cada três meses –a Pnad Contínua–, ficou em 7,1% no primeiro trimestre deste ano. O resultado para aquele período ficou acima dos 6,2% registrados nos três últimos meses de 2013.

De janeiro a março de 2013, o percentual havia sido maior: 8%.

A Pnad Contínua é primeira pesquisa do IBGE sobre mercado de trabalho em todo o país.

O IBGE diz que as duas pesquisas –a Pnad e a Pesquisa Mensal de Emprego– não são comparáveis, pois a Pnad tem uma abrangência maior e um questionário diferente.

Poucos são os analistas que preveem os dados da Pnad Contínua.

Entre os que fazem previsão, há expectativa de que haja uma aceleração da taxa neste ano, chegando a 8% na média de 2014 diante da menor oferta de trabalho e de uma retomada da procura por emprego, com o cenário de desaceleração da economia -revelado pelos dados do PIB do primeiro trimestre, que apontou um crescimento de 0,2% frente aos três últimos meses de 2013.

O IBGE não disponibilizou ainda os resultados do rendimento do trabalhador. A informação só será apresentada em 2015.

Greve

A única reivindicação dos servidores do IBGE que foi aceita é a equiparação salarial a outras carreiras, como as do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do Banco Central.

A proposta esbarra, porém, no Ministério do Planejamento, que afirma não aceitar mudanças de salário ou reajustes enquanto o acordo com a categoria, fechado em 2012, estiver válido. Esse acordo prevê um aumento de 15%, parcelado em três anos.

Só em 2015, diz a pasta, existe a possibilidade de uma nova negociação.

Sindicalistas e a direção do IBGE discordam em outros pontos. Dentre eles, destacam-se a proposta de equiparação salarial de terceirizados e empregados próprios do instituto, a autonomia técnica (que a diretoria diz existir, mas a categoria contesta) e a chamada “gestão participativa” do órgão.

Para Ana Magni, diretora da Assibge (sindicato nacional dos servidores do órgão), falta “alternância” e “participação” do quadro de funcionários na escolha de servidores para funções comissionadas, como as de coordenadores de áreas do IBGE e chefes das representações estaduais. “Existem pessoas que mantêm seus cargos há 30 anos. Existe algo errado.”

O IBGE, por sua vez, diz defender o preenchimento dos cargos por meio de “processo seletivo baseado no mérito”.

Magni também não vê empenho da direção na realização de concursos para repor trabalhadores que se aposentam. Diz que em 2007 o órgão tinha 7.000 servidores próprios. O número caiu para 5.700 neste ano.

O IBGE afirma que ingressaram neste ano 660 novos funcionários e foram solicitados ao ministério concursos para 1.044 vagas de nível médio e 520 de formação superior.

Sobre a equiparação entre concursados e trabalhadores temporários (usados na coleta de dados das pesquisas), o IBGE diz que “todos os benefícios previstos em lei” são garantidos aos terceirizados, mas que “uma equiparação salarial com os servidores efetivos de nível médio não é possível, visto que estes últimos têm atribuições e responsabilidades bem mais amplas.”

Salários

No nível médio, o salário-base do instituto é R$ 3.160. O sindicato afirma que, no Ipea, a remuneração no mesmo nível é 69% maior, considerando salário-base inicial, sem gratificações por qualificação ou tempo de serviço.

Já nos cargos de nível superior, o salário-base é R$ 4.145,23, e o sindicato calcula que, no Ipea, a remuneração seja 69% superior. Nessa categoria, o salário pode chegar a R$ 8.949,03 (doutorado), sem contar adicionais por tempo de serviço e cargos comissionados.

De novembro de 2012, quando o Congresso aprovou o acordo com 24 categorias (inclusive o IBGE) para o reajuste de 15,8% parcelado em três anos, até maio deste ano o reajuste foi de 10,1%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).



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